A linha editorial é uma etapa crucial na criação de conteúdo, porque define quais são os temas e a abordagem que a empresa segue. Aliás, isso vai servir de norte para que se entenda como fazer lives para divulgar seu produto sem se afastar da essência da loja.
O que é uma linha editorial?
A linha editorial se refere à definição dos temas que serão tratados, seja em qual for o canal, como site, blog ou redes sociais. Ainda, deve abranger quais são os valores e as premissas da empresa, para que haja coerência na comunicação.
Esse conceito é um termo comum no meio jornalístico e que foi trazido para o marketing com o objetivo de alinhar os conteúdos para que se atinja o público-alvo correto. Isso permite segmentar melhor os visitantes e atrair aqueles que têm o perfil ideal.
Qual a importância desse elemento?
Essa ideia auxilia no planejamento, uma vez que com a definição dos assuntos a tratar é possível subdividir em tópicos menores. Dessa forma, para quem acessa o site ou perfil da empresa, há uma sensação de continuidade, já que os temas se complementam.
Isso também ajuda a identificar os tipos de conteúdos para redes sociais que mais se alinham com os objetivos e os valores da empresa.
Um exemplo disso é o uso de trends em alta e vídeos com caráter mais humorístico, que podem ser uma boa escolha para um negócio mais informal. Já para um profissional ou ramo que demanda mais seriedade, podem não ter o efeito positivo esperado.
A linha editorial ajuda a planejar o trabalho de toda a equipe e organizar os conteúdos a serem postados. Imagem de Canva Studio no Pexels
Por que é importante ter uma linha editorial para as redes sociais?
Criar uma linha editorial para as redes sociais torna mais ágil a produção de conteúdo, o que ajuda a ter um fluxo constante de postagens. Esse é um aspecto importante para fazer com que o perfil cresça e atinja mais pessoas.
Isso também dá clareza na comunicação, ou seja, o público consegue compreender de forma clara a intenção da empresa. Além disso, como é orientada a um perfil ou persona, gera maior identificação e como consequência aumenta:
- engajamento;
- conversão;
- entrega do conteúdo.
Outro ponto que vale ressaltar é o menor risco de impacto negativo à imagem da empresa, porque todo o conteúdo é criado a partir de seus valores. Portanto, para um briefing saiba o que é e como montar um do zero é preciso ter bem definido esse elemento principal.
O que deve ter em uma linha editorial?
Na linha editorial pode constar qual é a missão e os valores da empresa, o seu público-alvo, ou seja, com quem quer se comunicar. Por exemplo, ao pensar na divulgação do trabalho de um profissional de educação física, veja o que considerar:
- missão: incentivar a prática de atividades físicas a todas as idades sem sair de casa;
- valores: respeito à diversidade e inclusão;
- posts: exercícios para fazer em casa, ideais para pessoas obesas, por exemplo.
Também é possível prever se as publicações vão conter uma opinião, bem como, qual a orientação para esse tipo de posicionamento. Isso ajuda a transmitir autenticidade para a marca e ganhar a confiança, além do respeito dos seguidores.
Elementos de diferenciação
Um ponto importante para destacar uma empresa no mercado é mostrar quais são os seus diferenciais em relação aos concorrentes. Por isso, tais aspectos também devem constar na linha editorial.
No caso de um negócio com uma política de sustentabilidade, por exemplo, é possível incluir conteúdos que mostrem como é o processo produtivo. Ainda que não tenham relação direta com o produto final, esses itens ajudam a criar uma imagem positiva para o público.
Como criar uma linha editorial para a comunicação com seu público?
O processo de criação da linha editorial envolve uma análise da própria marca, bem como, a definição do arquétipo do seu cliente ideal. Para isso, veja a seguir quatro etapas básicas para seguir que vão ajudar a estruturar esse documento.
Faça uma análise do negócio
Nesse passo, é preciso analisar a situação atual da empresa, quais produtos ela oferece, o ticket médio e o perfil dos clientes. Para isso, pode buscar os dados em diversas fontes, tais como:
- relatórios de vendas;
- listas de leads;
- pesquisas de satisfação.
Com isso, é possível definir, por exemplo, se a solução que oferece se destina a um público mais popular. Além disso, pode determinar quais são os concorrentes diretos dentro do mercado e o que o diferencia deles.
O ideal é que para uma nova empresa, já se faça esse planejamento mesmo antes de iniciar as atividades. Assim, pode começar a divulgação e criar um interesse na audiência que vai ajudar no lançamento.
Também é possível aplicar essa estratégia a negócios que já estão em atividade, que já tenha ou pretenda iniciar no marketing digital para aumentar os seus resultados.
Para criar a linha editorial é preciso conhecer o negócio, bem como, saber quais os objetivos e o perfil do cliente que se quer alcançar. Imagem de Brands & People no Unsplash
Defina o nicho e a persona
Com base nos dados levantados na etapa anterior, o passo seguinte é definir um nicho de atuação. Embora seja possível ter um negócio com leque amplo, escolher um segmento traz algumas vantagens, como um público mais qualificado.
Já a persona, por sua vez, é a personificação de um cliente ideal, formada a partir das informações do público real.
A título de exemplo, ao pensar em uma marca que atua no ramo de roupas fitness, pode investir em um nicho voltado para peças femininas. Com suas clientes em sua maioria entre 30 e 40 anos, em busca de opções confortáveis e com estilo, definiu-se sua persona como:
- Laura;
- 35 anos;
- autônoma, vai a academia dentro de um shopping;
- busca peças que não marquem o corpo para passear e almoçar no local.
Análise de mercado
Outro ponto importante é fazer um estudo de mercado, o que pode ajudar a encontrar novas tendências e ramos ainda não explorados. Isso também pode servir para descobrir assuntos em alta que se encaixem na linha editorial definida.
Nesse momento, uma ferramenta como a análise SWOT pode ajudar a identificar os pontos fortes e fracos do negócio, bem como, os riscos e oportunidades envolvidos. Com isso, fica mais fácil direcionar o conteúdo para enfatizar o que há de positivo.
Divida o conteúdo em categorias
Mesmo dentro de um segmento mais nichado, há muitos assuntos para abordar em uma estratégia de marketing de conteúdo. Por isso, é importante dividir em categorias para organizar a linha de produção.
Nesse processo, ainda é possível distribuir os temas de forma a abranger todas as etapas do funil de vendas. Ou seja, mesclar assuntos mais gerais, intermediários e os de fundo de funil, isto é, para quem já está pronto para a conversão.
No primeiro nível, pode-se tratar sobre curiosidades no ramo dos esportes, por exemplo. No meio de funil, uma opção é trabalhar um conteúdo informativo, como os benefícios dos exercícios para a saúde e por fim, quem é o profissional adequado para auxiliá-lo.
Na linha editorial é possível dividir os assuntos em categorias para facilitar a produção. Imagem de Jason Goodman no Unsplash
Há diferenças entre linha editorial e calendário editorial?
A linha editorial contém as orientações gerais para a produção de conteúdo, enquanto o calendário prevê a ordem em que cada tema será postado, bem como, o formato. Logo, a primeira não tem um prazo determinado, já o outro pode definir um período, seja ele:
- semanal;
- quinzenal;
- mensal;
- trimestral.
Apesar de serem diferentes, os dois estão diretamente ligados, sendo que o calendário editorial é uma fase posterior à criação da linha dos assuntos a tratar. Nele, é possível inclusive planejar ações pontuais para datas comemorativas, tais como:
- dia das mães;
- Natal;
- black friday.
Esse cronograma serve para orientar a equipe e dividir melhor as tarefas, além de permitir programar as publicações nas redes sociais com antecedência e na ordem correta de exibição.
Quando alterar a linha editorial de um negócio?
Uma vez que reflete a identidade e valores da marca, além do seu público, a linha editorial pode mudar se houver uma alteração em um desses aspectos. Por exemplo, uma empresa que é incorporada por um grupo econômico, pode passar por um processo de adequação.
Outra situação que pode levar a esse ponto é uma mudança drástica no tipo de produto que oferece. Assim, se uma loja que vende itens populares decide migrar para um mercado mais sofisticado e com ticket mais alto, deverá começar por esse aspecto.